domingo, 2 de agosto de 2009

segundo ato.

Agora vem cá.
Por favor.
Devolve os meus olhos por favor.
Eu preciso deles pra encarar a minha face no espelho, não que eu queira ser um reflexo meu.
Poderia ser um seu.
Ser você.
Mas não estou louco.
Apenas preciso dos meus olhos.
Para que eu possa olhar nos seus.
Apenas preciso dos meus olhos.
Pra que trace um caminho palpavel ao seu encontro.


Agora a luz.
A nova luz. E eu não tenho olhos ainda. Por que eles se perderam em você.
Se prenderam em você.
E a ausencia deles me assusta nos meus sonhos.
Não consigo te tocar nos meus.
Tal como a maçã do esfomeado Tantalo, você me some.
E aí eu me sinto como um louco.
Acordo precipitado.


Antes que esse sentimento, vulgo amor, que mora nas ciencias exatas, e causa morte, guerra e nascimento, frissão, fusão e intensidade.
Alegria, gozo, respiração, inundação, prazer.
Transfiguração, mundificação.
Que me dá asas.


Devolva meus olhos.
Pra que eu possa ver pra onde estou vonado.

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